domingo, 2 de março de 2014

Um conto de minha autoria ( perfeitamente perfeito )


Perfeitamente perfeito



Não quero mais viver, foi o que eu disse quando olhei para baixo e senti um frio inesperado na espinha. Acima do ultimo andar do meu prédio, no telhado, eu me vi com os pés sobre o limiar entre o seguro que garantia minha vida e o perigo de uma queda de mais de quinze andares. Mas eu desejava o seguro? O seguro quanto a minha vida era realmente o seguro quanto a felicidade para mim? Não, pensei certo da resposta. Não queria mais viver. A vida não era mais tão atraente e todos os caminhos, exceto o do fim, pareciam-me conduzir a mais uma tortura, a mais uma decepção sem sentido, a mais lagrimas incessantes, a mais ódio por mim e pelos outros.
Olhando para os carros abaixo, que circulavam pela rua principal, deixei uma lagrima escapar. Senti vontade de gritar, mas até mesmo no fim me segurei. Porque fiz isso? Por é tão difícil apenas gritar e mandar tudo para o inferno? Eu não sabia a resposta, ou até sabia, mas o mero fato de pensar nela doía ainda mais por dentro.
Vocês devem estar pensando porque estou fazendo isso. Porque querer se matar, se jogar de um prédio e contemplar por um segundo a própria visão se apagar para sempre. Bem, esse será meu testemunho de uma vida de aparências. Aparências, eu não conseguiria pensar em uma definição melhor.
Quando nasci a minha tia Lucia dizia que eu era o bebe mais lindo do mundo, que possuía um rostinho angelical que nenhum outro no hospital tinha, e pelas minhas fotos de quando pequeno realmente eu era bastante... engraçadinho. Eu cresci forte e saudável, passei pelo colegial como um campeão, não exatamente nas notas, mas com certeza em questão de popularidade. Quando terminei o ensino médio dei graças a deus por ter em fim acabado, já que havia passado cinco anos nele, pois é, passei no primeiro ano me arrastando, mas no segundo não tive muito sorte nas provas finais e acabei repetindo, no terceiro aconteceu a mesma coisa e naquele ultimo e quinto ano do que deveriam ser apenas três, lembro de já estar cansado daquela vida de estudante. Mas na época não foi de todo o ruim o ensino médio, havia muitas garotas bonitas. Fiquei com umas, namorei com outras, trai algumas, magoei todas, mas qual o problema com isso? Pensava eu na época, afinal era jovem, deveria me divertir não? Dores passam, feridas se curam afinal.
Mesmo não sendo um dos mais atraídos pelo conhecimento, sempre me considerei um legitimo campeão na vida. Pais com boa renda financeira, muitos amigos que faziam briga para andar ao meu lado, uma aparência maneira, e que aparência eu tinha, nossa! Olhar no espelho era sempre algo que me levantava o ânimo, ter toda aquela beleza não era para qualquer um, certamente seria alguém que ofereceria muito ao mundo. Quanta arrogância, penso hoje, porque ninguém disse isso para mim na época?
Em torno dos meus vinte e cinco anos, não entrei na faculdade como a maioria dos meus amigos e ex-namoradas e ficantes. Claro que não, porque eu iria? Detestava os livros, os professores, o maldito quadro, as malditas carteiras, tudo que envolvesse o âmbito de uma sala de aula era apenas sinônimos de chato, tedioso, monótono, desagradável. Então, em vez de entrar em uma vida universitária, optei pelo caminho que achei mais experto, ou mais fácil: trabalhar. Ganhar o meu dinheiro de uma vez, não perder tempo nas paginas de um livro qualquer. Pelo menos parte de minha intenção era boa, e comecei a trabalhar em uma gráfica que ficava na esquina da minha rua, mas não como redator, técnico ou qualquer coisa do tipo, eu não tinha conhecimento dessas coisas. Como poderia? Com isso, arrumei um trampo como faxineiro do local. Era bastante puxado, cheguei a trabalhar assim até o meu primeiro salário. Muito desgasto para pouco dinheiro. Resolvi me demitir. Que absurdo! Foi o que eu disse ao gerente da gráfica. Como poderia alguém de tamanha beleza como eu, um futuro grande modelo que viajaria e conheceria todo o mundo um dia, pegar tanto no pesado e ganhar tão pouco? Não, isso não estava certo, pensei, com um sentimento idiota de revolta. Então tive um estalo ao atravessar a rua e ir para o conforto da minha casa. Eu era alguém de boa aparência, sabia disso, sempre fiz sucesso utilizando-se disso, agora não seria diferente. E realmente não foi, entrei em sites de revistas, de moda e afins, acabei vendo inscrições em alguns para mandar fotos e pequenos depoimentos de minha vida pessoal. Passei um bom tempo esperando algum resultado, uma resposta negativa que fosse, mas uma resposta negativa não era aceitável, eu não ser escolhido era o cumulo para mim, era como as obras de Michelangelo não serem agraciadas como algumas das mais belas do mundo, um total absurdo. Passou mais alguns dias e então vi um e-mail diferente na minha caixa de entrada, no topo de toda a lista inútil. Ali estava a tão aguardada resposta. Cliquei e fiquei em estado de choque, queriam fazer uma sessão comigo, tirar algumas fotos, ver como eu me comportava diante de câmeras, então lá estava um endereço e o logotipo da empresa. Era a hora de fazer o tão merecido sucesso.
Atravessei a rua entusiasmado, consumido pela alegria, dando pequenos pulos de felicidade enquanto corria, estava obstinado a chegar lá ainda de manhã, nada de esperar por depois, era realmente a hora de fazer sucesso, mas a vida nunca é tão simples, e o soco forte dela me trouxe para uma realidade em que nunca estive. Um carro desgovernado dirigido por um bêbado me pegou em cheio, cai sobre o pára-brisas com a potencia do impacto, rolei pela capota do carro e cai inerte no asfalto. Ainda estava acordado, sentia o gosto do sangue, não conseguia me mover, quando outro carro que não conseguiu parar a tempo por causa do transito e da velocidade a que estava, passou por cima de mim. Pensei que morreria naquele momento. Um dos pneus em movimento passou pelo meu rosto, senti minha carne queimando e sendo corroída pelo calor. Todo o meu corpo fora moído no asfalto. Tive a plena certeza que iria morrer, mas o terceiro carro que vinha no trânsito conseguiu frear antes de chegar até meu miserável corpo, estirado no meio da rua.
Não lembro bem do tempo no hospital. Quer dizer, lembro apenas de coisas distorcidas, algumas imagens, pessoas falando ao meu redor, e principalmente da dor. A dor era o que mais me marcou naqueles dias, uma dor insuportável que me dava a sensação de que meu rosto estava sendo imprensado contra um ferro quente. Eu gritava, há e como gritava. Mas as horas, os dias e os meses passam e eu parei de gritar, mas a sensação do ferro quente no meu rosto não passara por completo. Quando finalmente fiquei lúcido o suficiente, meus pais estavam lá, sorrindo em minha direção na cama, no entanto, não eram sorrisos sinceros, pude notar, eles fingiam sorrir. Mas porque aquilo? Toquei em meu rosto e percebi uma superfície estranha, então pedi que me trouxessem um espelho. Ficaram chocados com o pedido, tentaram me convencer de que era melhor não, de que não seria necessário. Não quis saber, eu insisti. Quando em fim o trouxeram, tive receio em olhar meu reflexo, algo que jamais senti, mas eu tinha que olhar, tinha que ver que superfície estranha era aquela que senti. Quando criei coragem e abri os olhos diante do vidro espelhado, um vazio imediatamente tomou conta da minha alma, não era eu ali e sim um monstro a qual não reconhecia. Não havia nariz, nem sobrancelhas, podia ver a pele queimada, e a parte da gengiva exposta por causa de um pedaço da boca que não mais existia. Eu chorei até soluçar e me amaldiçoei durante toda a noite, me tornei agressivo com qualquer um, tentando descontar o ódio que sentia e talvez, apenas talvez, esperando acordar daquele interminável pesadelo. Não acordei...
Passado dias, foi me dado alta, e com isso fui pra minha casa junto com meus pais, eles não agüentavam olhar para mim. Certa vez vi minha mãe chorar e franzir a testa, ela sentia nojo. Quem podia culpá-la? Eu também sentiria. Passei anos sem sair do quarto, meu único entretenimento era uma pilha de livros velhos que encontrei dentro do armário, apesar de não gostar de ler. Eu não queria encarar ninguém, nem conversar com ninguém. Minhas viagens se resumiam a pegar comida escondido na cozinha, para que ninguém me visse, e a ir ao banheiro. No banheiro eu tentava a todo custo não olhar no espelho acima da pia, era inevitável, o monstro ainda continuava a me encarar. Em um acesso de raiva passei a quebrar todos os espelhos de casa, odiava a mim mesmo, o meu reflexo e o meu simples fato de viver.
Mas as feridas saram não é? Talvez não totalmente, mas quem sabe o bastante para nos levantarmos, pensei com a convicção ainda um pouco abalada depois de anos de reclusão. Era a hora de se levantar, e tentando fingir que o rosto preso a minha cabeça não era real, enchi-me de esperança, da perigosa e ilusória esperança. Tentei ao máximo me convencer de que minha aparência não era tão feia quanto havia imaginado por tanto tempo, esse era o efeito de não ver a imagem refletida durante anos, já que não havia mais espelhos por parte alguma. Comecei simplesmente a imaginar que meu rosto era igual a antes, sem defeitos, de pele macia, dono de uma bela fisionomia, impecável. É incrível o que a reclusão pode fazer com a sua mente, o que desejos podem fazer a ponto de se tornarem verdades em sua cabeça, eu havia suprimido no fundo da minha consciência a minha drástica situação. Então abri a porta de meu apartamento e sai, desci para a rua...
Assim como no hospital, também não lembro muito bem dessa parte, lembro apenas de coisas desconexas, separadas como um quebra cabeças. Lembro de uma cena em que estava parado no escritório da empresa de moda que anteriormente havia me enviado um e-mail, muitos anos antes do terrível acidente. Falei para as atendentes que eu estava ali para a sessão de fotos. É estranho como parecemos loucos as vezes, principalmente quando estamos desesperados. Elas me encararam, viram minha feiúra e gritaram pedindo socorro. O barulho estridente dos gritos me levou de volta para o mundo real, então percebi o que estava fazendo. O que diabos dera em mim? Eu corri, corri o máximo que podia para a porta, contudo, senti algo me agarrar pela gola e me levar com as costas ao chão em uma pancada forte. Um cara musculoso vestido de preto, o segurança provavelmente, me havia imobilizado. Percebi a sua expressão de horror ao ficar face a face comigo. Não adiantava pedir desculpas ou tentar explicar que apenas tive um surto, era inútil, eles não me escutavam, apenas viam o monstro sobre meu rosto e nada mais.
Nessa hora, imobilizado, vendo ligarem para a polícia, eu me lembrei de um livro que li durante meus anos de reclusão no meu próprio quarto: Frankenstein, de Mary Shelley. Eu o havia encontrado entre uma pilha de livros velhos como eu já disse, dentro do meu guarda roupa, provavelmente perdido por meu pai a muitos anos, já que ele era o único da família que gostava de ler. Fiquei relutante em lê-lo quando o tive em mãos, afinal, jamais havia lido um livro inteiro em toda minha vida, mas o que mais eu poderia fazer? Eu não poderia ser o mesmo de antes, eu não era mais o mesmo de antes. Eu o li com dificuldade por causa da linguagem arcaica que possuía, e ao chegar ao tão demorado fim, de alguma maneira consegui me identificar, mas não sabia o porque, nem ao menos ousei levar em frente tal sentimento. Mas foi ali, deitado no chão, tendo o segurança me pressionando contra o piso, que entendi. Porque eu não entendi antes? Eu era o monstro, mas não apenas isso, eu estava sendo injustiçado assim como o monstro de Victor Frankenstein foi, e mesmo que eu pedisse desculpas não adiantaria, mesmo que eu explicasse tudo não adiantaria, eles viriam com tochas e foices para me pegar, porque eu era diferente, uma peça que não fazia falta no jogo de xadrez que era a sociedade. Uma peça inútil, disforme, que não tinha função no tabuleiro.
A policia chegou e me fez algumas perguntas. Porque eu estava ali... O que havia acontecido comigo...
Respondi o que queriam e logo depois me liberaram, não tinham nada contra mim, mas pude sentir o nojo nos olhos de um daqueles oficiais da lei, ele evitava chegar perto, tive a sensação de que por muito pouco não cuspiu no meu rosto ou no que sobrou dele. Quando cheguei em casa já era de noite, meus pais haviam saído, tinham deixado a chave dentro do arbusto com vaso que ficava ao lado da porta do apartamento como sempre faziam. Quando entrei naquele cômodo vazio e silencioso vi uma carta sobre a mesa da sala de jantar. Eu a peguei. Tinha sido escrita as presas, pude perceber pela grafia corrida no papel pautado. Ela dizia que meus pais tinham saído à viagem para uma cidade distante e que muito provavelmente demorariam alguns dias para voltar. Eles voltariam mesmo? Eu pensei, refleti seriamente. Teria minha aparência medonha afastado até aqueles que me trouxeram ao mundo? As questões saltavam em minha mente até não poder mais contê-las. Eu estremeci, chorei, gritei, soquei a parede mais próxima até meus punhos sangrarem. Enquanto ainda socava freneticamente, me recordei de Edmond Dantés, personagem de O conde de Monte Cristo, escrito por Alexandre Dumas. Ah como Dantés era sedento por vingança. O meu encontro com esse personagem icônico foi logo depois de Frankenstein. O encontrei na mesma pilha de livros velhos. Não tinha nada melhor para fazer, então porque não? Porque não lê-lo? talvez levasse para longe um pouco da dor. Por algum motivo também me identifiquei com ele e com sua sede voraz pelo sangue daqueles que havia lhe virado as costas. Recordei-me também do livro Psicose de Robert Bloch. Pobre Norman Bates, ele era apenas mais uma vitima de toda a sua vida cruel, alguém que nada poderia fazer senão acompanhar toda a loucura que lhe era imposta. Continuei socando a parede, continuei até não sentir mais a pele se rasgando ou os ossos doendo dentro da carne. A parede branca, soco após soco, era tingida de vermelho...
Casado de tudo, subi as escadas de emergência do edifício, quando alcancei o telhado, senti o vento da noite bater em meu rosto, ele me chamava e quase o senti me afastando para trás, me impedindo de seguir em frente. Enquanto caminhava para o parapeito, o limiar entre o seguro da vida e o perigo de uma queda de mais de quinze andares, pensei no que deveria fazer. Pensei no monstro de Frankenstein que soube que seria preciso morrer, não para alcançar a felicidade, visto que essa era impossível, mas para cessar o seu sofrer. Isso mim fez andar mais rapidamente para o fim derradeiro. Então a imagem de Norman Bates me veio a mente. é isso, tive a certeza, ou acabo com tudo agora mesmo ou vivo o bastante para me tornar algo que não sou.
Estanquei sobre o parapeito, deixei lagrimas escaparem, uma delas caiu do prédio e se perdeu na imensidão da cidade. Olhando para baixo, para a rua movimentada de carros, Edmond Dantés também me veio a mente, ele conseguira sua vingança contra alguns, mas perdoara outros. Porque? A questão me afrontava. Dizem que quando você está perto de morrer toda a sua vida se passa através de seus olhos, mas não foi exatamente a vida que passou, mas apenas momentos, os instantes que passei recluso no quarto. Eu não entendia como momentos tão dolorosos poderiam preencher a mente um pouco antes da morte. Eram imagens mentais de eu lendo Alice no País das Maravilhas em cima de minha cama no exato momento em que me deliciava (deliciava? Que palavra estranha para si dizer, disse a mim mesmo enquanto ainda olhava para baixo, o medo se apossava de mim aos poucos) com uma passagem de Alice e o gato risonho:
“Podes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui?  -perguntou Alice.
Isso depende muito de para onde queres ir - respondeu o gato.
Preocupa-me pouco aonde ir - disse Alice.
Nesse caso, pouco importa o caminho que sigas - replicou o gato.”
Tenho um caminho que eu queira seguir? Me perguntei, já não tão certo do que estava fazendo. Então olhei para cima e percebi com surpresa o trivial, o céu era o mesmo de ontem, as estrelas também, assim como as nuvens que ainda estavam lá, e não pareciam diferentes. Percebendo isso, lembrei da figura do grande espadachim Miyamoto Musashi, do livro de Eiji Yoshikawa, com os dizeres logo no inicio da obra:
“e depois de tudo, céu e terra ai estão, como se nada tivesse acontecido...”
Era fato. Mataria-me e nada iria mudar. O mundo continuaria sempre sendo o mundo, e as pessoas sempre sendo as pessoas. A vida seguiria o seu ciclo infinito e eu nada aproveitaria porque estaria morto, incapaz de sentir futuras alegrias. Era fato que até mesmo o monstro de Frankenstein, em meio a sua amargura, teve a sua pequena cota de alegrias e desfrutou de pequenos sorrisos. Talvez a vida fosse mais do que a aparência. Imediatamente também me sobreveio Nietzsche, com uma de suas celebres frases:
 “As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras”
Comecei a pensar que minhas convicções anteriores talvez não estivessem assim tão certas. Sim, a imagem de varias outras frases de vários outros livros me vieram a mente como a enxurrada de uma cachoeira, de alguma forma me proporcionando cada vez mais motivos para dar passos para trás, se afastar do limiar do perigo, da queda da qual não haveria salvação.
Dei-me conta da grande quantidade de livros que li naquele meu quarto. Nesse instante fugidio percebi a presença de algo a mais dentro de mim mesmo, eu estava preenchido, um mundo havia nascido dentro de mim mesmo, um mundo maior e novo que quase podia ver, ouvir e tocar. Percebi que algo estranho havia acontecido. Fingira ser o mesmo por tanto tempo, querendo se apegar ao que já se foi, mas eu havia mudado, eu não tinha mais aquele rosto perfeito. Era realmente perfeito? Já não sabia, ou melhor, algo dentro de mim sabia, tinha a certeza de que não. Porque? Não soube responder, mas sentia, de alguma forma sentia.

Desta vez foi o céu que estremeceu. Um barulho estrondoso ecoou entre as nuvens. Os pingos desceram acanhados e em pouco numero. Eles se chocaram contra o meu rosto. fechei os olhos. Permiti-me senti-los deslizando sobre minha face. A chuva fraca logo se tornara poderosa, os pingos se multiplicavam e batiam com força. Aquele era um novo inicio, algo que eu ainda não entendia havia acontecido e me convencido disso, e naquele instante único, sobre a chuva, eu ousei sorrir e ser feliz. Meu antigo reflexo morrera, um novo nascera. Ao perder, ganhei. Não havia me dado conta até então. O que é importante ao homem? Me perguntei olhando para a sublime chuva. Não havia uma única resposta, mas eu vi, sem duvidas eu vi, em meio a escuridão que fora toda a minha vida, um ser, agachado nas sombras, e ele era eu, havia me encontrado. Finalmente eu era perfeito.

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