segunda-feira, 10 de março de 2014

Livro: O silêncio dos inocentes, de Thomas Harris


Há alguns meses atrás eu li o ótimo: silêncio dos inocentes, do autor Thomas Harris. O livro tem um tamanho mediano com um número considerável de páginas, dá pra ler tranquilo em uma semana.

Claro, antes de ler o livro eu já havia assistido o ótimo filme com o nosso querido Anthony Hopkins. Apesar do filme ser muito bom, aquela velha frase empregada por tantos leitores permanece para mim: O livro é melhor. Sim, porque a trama não é tão corrida quanto no filme, as coisas acontecem com calma e muitos detalhes interessantes nos é apresentado durante o enredo, detalhes estes que nos é privado por muitas vezes durante o filme. Leiam o livro, vale a pena. Minha crítica é que sua escrita as vezes parece muito seca, dando a impressão da falta óbvia de sentimento, mas é algo que não estraga a diversão de maneira alguma. E o fim do livro, também, muito melhor do que o do filme, apesar de serem mais ou menos parecidos.



FILOSOFIA AGRESSIVA: Putzzzz, se há uma coisa que notei no livro são os problemas da nossa querida protagonista Clarice, que vive se lembrando constantemente de sua vida quando criança/adolescente, inclusive uma parte de sua vida um tanto conturbada. Clarice parece viver sua vida e suas obrigações em meio a flashbacks contínuos, assombrando-a como fantasmas. Nos é deixado claro que Clarice possui muitos problemas psicologicos e tenta lutar contra eles, talvez para manter a estabilidade em seu emprego, talvez para manter a estabilidade entre as pessoas ao seu redor.
Por outro lado temos o Dr. Hannibal Lecter, um renomado psicologo e também um perigoso canibal com quem Clarice passa a ter várias "conversas" ao decorrer do livro. O engraçado é que Hannibal se expõe sem medo, falando de si sem parecer esconder fatos, enquanto Clarice por muitas vezes luta contra seu próprio passado. Hannibal nos é interessante pelo fato de aparentemente ser alguém muito mais saudavel mentalmente que Clarice. Quer dizer, nesse nosso mundo onde homens criam as regras de bem e mal, certo ou errado, seriam a maioria de nós que lutam para viver regrados, nos escondendo atrás de máscaras, loucos? Estamos tão perdidos em meio a conceitos criados para nos limitar que passamos a achar que isso é normal? Analizando-nos profundamente, tendo como ponto de vista Clarice e Hannibal, nós que nos achamos tão normais, somos na verdade os loucos e apenas por estarmos em maioria é que nos achamos no direito de dizer o contrário? As pessoas hoje tem a mania de se analisar tendo como base as outras pessoas em vez de simplesmente olhar para dentro de si e encarar seus próprios demônios interiores. No fim posso me perguntar: o verdadeiro personagem desequilibrado seria a Clarice em vez do nosso querido canibal?
dois mundos eternamente separados


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